sábado, 9 de abril de 2016

ESTÁ NO AR NA TV BRASIL





Entrou no ar na TV Brasil o CURTA CRIANÇA-2011, e traz em sua seleção de filmes infanto-juvenil o curta-metragem OS DONOS DA MATA. Todos tem roteiro premiado pelo MINC, com prêmio realização da obra.

Desde fevereiro de 2016, os filmes se revezam sendo exibidos em 2 horários: 11:15 da manhã e 15:45 da tarde. Aos domingos e quartas-feiras.

OS DONOS DA MATA é uma aventura cheia de suspense e ao ganhar a tela da TV Brasil, espero que possa embalar a imaginação de muita criança.

 Assistam ao trailer do curta:  https://www.youtube.com/watch?v=PPXzRT2Z9NY





sexta-feira, 1 de agosto de 2014

FEMINA FESTIVAL 2013 - 10 ANOS

NÓS ESTIVEMOS LÁ!!!!!



A VIDA DE UM CURTA-METRAGEM - MEU SONHO É VER OS DONOS DA MATA ANTES DO HOMEM ARANHA

Não é fácil a vida de um curta-metragem, que dentro de seus 1, 5, 10, 15 ou até mesmo os que se aproximam de 30 minutos, há toda uma vida a ser exibida.
E está  aí  a palavra de ordem: EXIBIR.  É com isso que sonham os curtas e claro por trás deles seus realizadores, sua equipe, que muitas vezes é maior que equipes de longas-metragens.  É que nem sempre o fato de ser um filme pequeno, faz dele um filme de fácil realização.
E hoje em dia para exibir um filme, não basta finalizá-lo.  É preciso contrato, registro, condecoração, indicação e tudo mais que possam arrumar para burocratizar essa tarefa.
Então agradeço a todos os realizadores de Festivais, cinéfilos e amantes do cinema por continuarem na luta pela democratização das salas de exibição.
Bem que poderíamos voltar a pensar na lei do curta.  E brigar por ela novamente e fazer com que os nossos filmes voltem as salas de cinema ao invés de sermos obrigados a aturar 20 minutos de comerciais.
Agradeço aos realizadores, curadores e frequentadores dos festivais de curtas e cinema em geral.  Mas fica aqui o apelo e ou o sonho: QUEREMOS VER NOSSOS FILMETES NAS SALAS DE CINEMA, NAS SESSÕES PARA O GRANDE PÚBLICO!

Um pouco da histórias da lei do curta e seu triste destino de não cumprimento.
Lei do Curta é um dispositivo legal que regula a exibição de filmes brasileiros de curta-metragem nas salas de cinema do país.
A base da "Lei do Curta" é o artigo 13 da lei federal 6.281, de 9 de Dezembro de 1975, mais as suas sucessivas regulamentações pelo Concine. O texto da Lei diz simplesmente o seguinte:
Art. 13. Nos programas de que constar filme estrangeiro de longa-metragem, será estabelecida a inclusão de filme nacional de curta-metragem, de natureza cultural, técnica, científica ou informativa, além de exibição de jornal cinematográfico, segundo normas a serem expedidas pelo órgão a ser criado na forma do artigo 2º.
Em 15 de março de 1990, com o Plano Collor, foram extintos o Concine (que fiscalizava o cumprimento das leis relativas ao cinema brasileiro) e a FCB, Fundação do Cinema Brasileiro (que operava o sistema do curta-metragem). Portanto, na prática, a Lei do Curta foi inviabilizada. Os curtas pararam de ser exibidos, os júris não foram mais convocados, o percentual do curta deixou de ser recolhido ao Fundo.
Só em 8 de março de 1991, com o "Pacote Audiovisual" assinado pelo secretário Ipojuca Pontes, imediatamente antes de ser exonerado do cargo, é que a Portaria Nº 5 da SC/PR (Secretaria da Cultura da Presidência da República) revogou a Resolução 173 do Concine. Isso significa que, no primeiro ano do Governo Collor, não só o artigo 13 da Lei 6.281 mas todo o sistema legal do curta-metragem continuava em vigor.
Em função disso, a APTC/RS, seção gaúcha da ABD, entrou na Justiça e conseguiu bloquear a conta bancária da FCB, que estava em liquidação, e exigir a realização de um último júri de curtas, o 17º, com os prêmios aos curtas sendo pagos pelo saldo em caixa (algo em torno de Cr$ 300 milhões). Por decisão judicial, o 17º júri terminou sendo realizado em 23 de Julho de 1992. Os curtas selecionados por aquele júri receberam seus prêmios mas nunca foram exibidos.
Mesmo após a chamada Retomada do Cinema Brasileiro a partir do governo Itamar Franco, o "Sistema do Curta-metragem" não voltou a funcionar como no período 1987-89. Vários pareceres jurídicos indicam que o dispositivo previsto no Artigo 13 da Lei 6.281 permanece em vigor, mas carece de regulamentação. Tentativas de regulamentar a "Lei do Curta" através de novos projetos de Lei da Câmara e do Senado esbarraram nas Comissões Temáticas e não foram a plenário.
Em 2006, o Ministério Público determinou que a Ancine regulamentasse a "Lei do Curta" num prazo de 90 dias, mas a diretoria da Ancine respondeu que a exibição de curtas não seria de sua responsabilidade, e sim da SAV (Secretaria do Audiovisual).





segunda-feira, 22 de abril de 2013

OS DONOS DA MATA EM SUA CIDADE NATAL

DIA 17 DE ABRIL DE 2013 
SESSÃO ÀS 19:00 NA CASA DE CULTURA DE MARICÁ - CINECLUBE HENFIL



Sempre que filmamos em uma locação sabemos que o pessoal daquela casa, bairro, rua, cidade vão estar esperando o momento de se ver ou ver seu espaço enquadrado.  Não seria diferente em 
Maricá e mais precisamente nos bairros de Ubatiba, Lagarto e Silvado, onde filmamos em julho de 2011.   Então para vocês: crianças, pais, primos, amigos, família " Os Donos da  Mata". 
A sessão estava lotada e foi muito aplaudida!






                Mais histórias minhas inspiradas em Maricá.

Meu destino era o Nós do Morro 
Luciana Bezerra
Editora Aeroplano 2011 - Programa Petrobras Cultural 

       Capitulo 5 - Maricá da Mãe

Chegamos juntos a Maricá toda a família para morar perto de meus avós. A casa estava mais bonita. Já que o pouco que tinha permaneceria na Rocinha, mas a separação ainda não estava declarada. Era preciso que meu avô acreditasse que a intenção dele 
não era abandonar a família. Dormiu lá apenas naquele 
fim de semana e foi embora. Ficou um tempo sem nos 
ver. Acho que umas cinco semanas ou mais. Era um falatório na família minha mãe nervosa. Entendia tudo, 
mas todos pensavam estar escondendo de nós o verdadeiro motivo da mudança. Quando minha mãe conversou 
com a gente, nós e nossos primos já tínhamos adiantado 
essa conversa por muitos dias. Todos tinham medo de 
perder os pais. O ano de 1978 abalou de fato a família. 
Meus primos, um ano antes, tinham perdido o pai em 
um acidente de carro. Agora podia ser a nossa vez, pelo 
menos era o que pensávamos naquele momento. 
No Natal daquele ano, vi meu pai, mas na virada de ano 
ele não estava com a gente. Era um direito da minha mãe. 

Ela estava feliz. E dançava bem bonita em seu vestido 
vermelho de flores amarelas. Tínhamos uma vida nova 
em Maricá, eu, minha irmã e minha mãe. Essa enxurrada 
de pronomes possessivos é porque sou taurina e sofro 
de apego, ciúme e posse. Lá morávamos numa casa na 
beira da estrada, que era ainda de terra. O bairro se 
chama Serra do Lagarto. Éramos vizinhos de parede e 

meia com minha tia Mara José, irmã mais velha de minha 
mãe, viúva e com seus quatro fi lhos, que se mudara 
para Maricá após o tio Lino morrer. Essas casas haviam 
sido uma antiga mercearia e deram muito trabalho para 
serem transformadas em residência. 
Não muito distante, no caminho do rio, que sempre fora a 
principal atração nas visitas a família nas férias, morava 
minha avó numa casa que fi cava no alto de um pequeno 
morro. Mais tarde, já adulta, quando visitava o lugar, 
percebi que era uma casa normal, mas na infância via 
a casa de minha avó como um lugar muito grande e com 
seu enorme quintal no alto daquele morro. Não é difícil 
para uma criança de 4 anos perceber tudo grandioso.


Com minha avó, que se chama Judite Flor de Maio, assim 
mesmo sem sobrenome de família (coisas de Minas), 
morava minha tia Maria da Conceição, a mais nova das 
meninas e, por isso chamada por todos de Neném — 
para nós, tia Neném. O caçula da família era o tio Marco, 
e meu avô, Geraldo, foi quem escolheu esse nome pra ele 
e também de todos da família, incluindo mãe e avó, que 
ele mesmo registrou ao chegar em Niterói nos anos 1960. 
O sobrenome que ele deu à família foi Ascendino Braga. 
Meu avô era uma fi gura incrível e tinha sempre uma voz 
firme ao se apresentar como Geraldo Ascendino Braga. 
Havia escolhido esse nome porque em Minas tinha uma 
família muito poderosa de nome Braga e ele achava 
bonito. A nossa família Braga começa em meu avô, que 
para nós era tão importante quanto qualquer político. 
Em Maricá, ele ganhara fama após construir metade dos 
prédios do centro, a Prefeitura e muitas casas nos arredores dali. Fez também a sua parte ao trazer de Minas muitas famílias, empregando homens em suas empreitadas de obra ou de roçado. Todos com o mesmo sonho 
dele: ganhar a cidade grande a fim de dar oportunidade melhor aos filhos. Lembro de um desfile de aniversário da cidade, que meu avô vinha no caminhão da Prefeitura e recebia do prefeito de Maricá a chave da cidade, sendo nomeado cidadão maricaense. Nós ficamos muito importantes nesse dia. 
Em Maricá, tinha uma rotina gostosa. De manhã frequentava a escola e à tarde estava livre. Minha avó, que é por todos os netos, chamada de vovó Nasica, ficava em casa com a gente e fazia as coisas da casa além de costurar para fora. Ela era vez por outra muito severa, mas fazia o 
melhor mingau de fubá com pedacinhos de queijo minas que já comi. Ao escrever essas palavras, minha boca se enche de água e posso até sentir o cheiro do leite queimado na leiteira enquanto a vó mexia o mingau. Adorava raspar aquelas leiteiras! Era a primeira a correr para a 
janela quando uma chuva estava se armando e fi cava ali esperando ela chegar e varrer os pastos. Tinham três janelas na sala e cada grupo de netos ocupava uma, os últimos a chegar se acotovelavam querendo garantir um espaço.Quando estava apenas eu, minha vó e minha irmã, cada uma ocupava uma janela. Depois de algum tempo de chuva sempre ia me abrigar na janela da Martha com a desculpa de que estava com frio, mas ela sabia, como boa irmã mais velha, que era mesmo saudades da minha mãe. Abraçava-me e se a barra pesava para ela também, propunha um jogo da memória ou uma adedanha. Até hoje quando chove adoro me debruçar na janela para ver a chuva quando vem se aproximando de longe. É uma imagem linda. Havia dois dias na semana que todos os netos fi cavam com a minha avó. Nós, os filhos da tia Maria José — Ana 
Márcia, Rosana Lúcia, Sandro Mauro e Adriana Maria — e os da tia Cacá (Maria das Graças) — Gérson, Gisele, Jesiléia, Jesilene e Marilene. Esta foi a primeira geração 
de netos dos meus avós, e fomos criados como irmãos. A tia Cacá faz até hoje, em seu fogão de lenha, as melhores rosquinhas fritas e o melhor requeijão duro que já comi. Na minha época de criança, ela morava em uma fazenda, que nos abrigou em muitos fins de semana. Era quando minha tia preparava o requeijão cozinhando em enormes tachos e precisava de muita prática para receber as bolinhas de queijo quente nas mãos. Ficávamos ali rodeando todo o processo de feitura, que demorava. Íamos e voltávamos até que o requeijão estivesse em ponto de puxa-puxa. Esticávamos as mãos um a um, tínhamos que rapidamente passar de um lado a outro para esfriar, 
fazíamos bolas de queijo e comíamos. Posso, em dias saudosos, sentir o cheiro delas.
Na casa da minha avó, quando estávamos todos juntos, eram os dias de hospício. Esperávamos a hora do sono da tarde da vovó para aprontarmos todas, o que muitas vezes resultava em surra ou castigo ou os dois dependendo do tamanho da falta cometida. Durante a semana, a saudade da mãe era confortada por muitas brincadeiras e a deliciosa sensação de liberdade da roça. Mas eu aguardava a sexta-feira como se aguarda dia de festa. Duvido alguém me pôr para dormir antes 
de subir o último ônibus que normalmente trazia minha mãe. Às vezes acontecia dela perder esse ônibus e depender de lotação, táxi ou mesmo de ir a pé. Nesses casos, eu acabava cochilando, mas ao ouvir sua voz chegando a casa, era a primeira a levantar e ir correndo saudá-la. Abraçava e beijava, ela já muito cansada, e ainda sempre vinha à clássica pergunta:
— Trouxe o quê pra mim?
Ela sempre trazia na bolsa caramelo ou bala de goma colorida, que eram devorados por mim a hora que fosse. Sem nenhuma preocupação de escovar os dentes depois. 
Nos fins de semana que não eram de meu pai, passeava 
na fazenda, tomava banho de rio, brincava com os primos. 
Às vezes tinha festa de algum parente e sabia que teria 
bolo, fazia compras; eram fins de semana gostosos. Mas 
também era nos fins de semana que se catava a cabeça 
para verificar se estávamos com piolho, e, caso fosse 
constatado que sim, todo aquele procedimento de remé
dio, escovação, pano branco na cabeça, aquela coceira 
infernal. Eram os fins de semana de faxina geral, orelha, 
umbigo, pé, unha, de revisão nos dentes e nos deveres de 
casa. Claro que a mãe tem de se encarregar dessas tarefas que nós achamos chatas e desnecessárias. 
Sei também que se ela pudesse escolher, estaria conosco 
em um passeio, mas enfim alguém tem de fazer esse trabalho. A mãe sempre fez questão de almoços e cafés da 
manhã fartos e com todos à mesa e de fazer pão doce e 
bolinhos de chuva em formato de letras onde eu podia 
escrever meu nome antes de comer. Minha mãe arrumou logo um namorado, e alugaram uma casa distante 
da casa da minha avó e passamos a ir para lá nos fins 
de semana. Gostava muito de ir para essa casa onde eu 
e Martha tínhamos um quarto, que podia me relacionar com minha mãe sem interferência dos meus avós. 
Ganhava durante os fins de semana uma rotina com a 
minha família normal. Foram quatro anos de muitas 
aventuras e descobertas.

Fui matriculada e comecei a ir à escola. Era a primeira a 
acordar. Enquanto a Martha estava escovando os dentes, já tinha tomado o café e me apressava até a casa 
de meus primos muitas vezes para acordá-los, e algumas vezes era eu quem impedia o ônibus de ir embora, 
já que se isso acontecesse só haveria outro três horas 
depois. Seu Liba era o nome do motorista que mesmo 

sendo muito legal de nos esperar para nos levar a escola, 
não escapava de nossa chacota por ser o motorista mais 
mole que já conheci: “Seu Liba não é capaz de botar o 
cento e vinte, lá vai, lá vai, lá vai dos quarenta ele não 
sai.” Era a nossa diversão preferida na volta da escola, 
ficar no fundo do ônibus cantando isso para ele. 
A escola fi cava na cidade. Meia hora de ônibus de onde 
morávamos. Ana Márcia, minha prima mais velha, era a 
responsável por levar todos nós à escola. Muitas vezes 
perdíamos o ônibus para voltar e não podíamos esperar três horas. Então marchávamos a pé para casa pela 
estrada de terra. Com sorte, passava um motorista 
conhecido e nos levava. Algumas vezes pararam carros 
quem nunca tínhamos visto e nós nos certificávamos se 
era seguro perguntando se o motorista conhecia o vovô 
Geraldo e, se ele respondesse que sim, pegávamos a 
carona tranquilamente. Graças a Deus todas as vezes 
foram pessoas de bem e nunca aconteceu nada com 
nenhum de nós.
Em Maricá, passamos por uma enchente. Quando a 
chuva começou, estavam somente as crianças em casa, 
brincando na casa de uma das tias. Tinha uma prima com 
coqueluche e arrumamos uma briga, o que fez metade 
do grupo sair em direção a casa da vó. Estava nesse primeiro grupo, e tivemos muita dificuldade de subir a rua, 
porque a água em mim, que era a menor, já atingia quase 
a cintura. Meus primos, Sandro e Rosana, ao nos deixar 
na casa da vó, mesmo após a briga, acharam por bem 
voltar e ajudar os outros a saírem da casa, que ao contrário da casa da vó fi cava em uma parte baixa. 
Eles desceram e nós ficamos apreensivos até que voltassem, muito molhados e carregando a Lelene, que 
estava com coqueluche, enrolada em uma cortina de 
banheiro. A partir daí, começaram a chegar os adultos 
e a casa não parou mais. Grupos de homens liderados 
pelo meu avô saíam a todo momento para ajudar mais pessoas a saírem de suas casas. Era uma sexta-feira e, mesmo tendo sido colocada para dormir, os olhos não fechavam, acompanhava toda aquela movimentação e rezava quieta pela chegada de minha mãe, que se deu já na madrugada, contando que teve de atravessar o rio amarrada em uma corda, porque a ponte havia sido levada pela força da água. No dia seguinte bem cedo, a chuva tinha passado, e fomos levados pela minha avó para ver o tamanho dos estragos.

A vó Nasica era uma espécie de “Repórter Esso” — noticiário histórico do rádio e da televisão brasileira. Gostava de saber tudo que se passava a sua volta. Uma vez lhe contaram que um homem havia se enforcado do outro lado do rio. Era final de almoço. Ela trocou de roupa e nos ordenou que calçássemos os chinelos para sairmos. Foi uma caminhada longa. Quando chegamos, demos de cara com um homem negro, de aproximadamente 40 anos, pendurado ainda na árvore com a língua muito roxa e inchada para fora e uma cueca vinho saco de batata. 
Assim que ela chegou, percebeu que não poderia ter ido até lá com aquela criançada toda e começou a mandar a gente voltar. Demos a volta assim que ela conseguiu nos afastar daquela cena e começamos a caminhar de volta para casa. Ninguém falou nada sobre o assunto, principalmente com meu avô; era nosso segredo com a vovó.Essa cena está em um de meus roteiros. Esse é o melhor momento. O de aproveitar suas histórias, suas experiências, para contar outras histórias. Maricá está em muitas das histórias que ainda desejo contar. Aliás, minha 
família mineira já é por si uma história, minhas tias são do tipo que contam as desgraças da vida e todo mundo ri. Pessoas maravilhosas de quem herdei em especial a generosidade e o gosto por contar histórias.Eu e Martha, por conta de nossas viagens quinzenais ao Rio, e o fato de nosso pai morar lá, éramos as cariocas e enchíamos a boca para falar isso. A cada quinze dias trazíamos uma novidade quando visitávamos meu pai. Nós fazíamos passeios que nenhum de nossos primos nem as outras crianças da cidade estavam acostumados. Muitas vezes faziam roda para escutar as experiências vividas em um praia ou em uma sessão de cinema, coisa que em Maricá não tem até hoje.A minha infância, principalmente dos 4 aos 8 anos, foi uma época crucial na minha formação. Foi quando aprendi a falar, o que justifica ter um “s” mais acentuado do que o normal dos cariocas, pela interferência da família mineira. Também foram os anos em que me alimentei de muita brincadeira, que na roça não tinha limites. Quando nos mudamos, todas as vezes que íamos a Maricá em visita, todos faziam questão de nos apresentar como as primas do Rio.  Depois que comecei a trabalhar com teatro e tive participação em novelas e filmes, quando chegava lá, passei a ser apresentada como a artista da família. É difícil fazer as pessoas entenderem que você apareceu em uma novela, mas não necessariamente você trabalha na Globo, ou que você não está em novela nenhuma e mesmo assim é atriz. Mas a gente vai levando.  Não foi fácil sair de Maricá. Estava acostumada com a proximidade da família, tinha amigos, estava bem adaptada a 
uma escola. Mas minha mãe decidiu que deveríamos nos mudar. Gosto de voltar a Maricá até hoje, mas a cidade me passa a sensação de que parou no tempo. Minha mãe estava certa quando nos mudamos de lá.



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A CARREIRA DE UM CURTA METRAGEM

Para fazer um filme de curta-metragem você precisa: ter uma idéia, transformá-la em roteiro, o roteiro em projeto e depois uma série de parcerias. A equipe, os atores, os fornecedores, os apoiadores ( com sorte) e preparar tudo bem direitinho para que consiga transformar seu roteiro de papel em história filmada. 

Após a filmagem ainda há um longo processo de montagem e finalização ( efeitos,  dublagens, trilha) e então... Aí está seu filmete!  Mas se está pensando que seu trabalho acaba  aí, está enganado. Ele está só começando.

Um filme para existir de verdade precisa de seu encontro com a platéia, seja na sala de cinema, mostras na rua, no boteco, na garagem do vizinho... Filme é para ser visto. Para que ele possa então deixar de ser só seu e ganhar seus amantes, torcedores, amigos pelo mundo.
Para isso temos alguns caminhos e nossos principais aliados são as Mostras e os Festivais, que tem o poder de difundir as obras e as vezes pode até lhe trazer prêmios.  Algumas vezes esses festivais e mostras podem te colocar em contato com distribuidores que tenham interesse em compra o filme para passar na TV e ou em sites, aviões e muito mais.

 Atualmente, é muito comum filmes de qualquer porte terem seus próprios sites, blogs ou páginas myspace ou facebook onde se pode acompanhar seu desenvolvimento da obra. Nosso caso.

Na busca de dar ao curta OS DONOS DA MATA a possibilidade de ser visto pelo maior número de pessoas possíveis, em outubro tivemos uma sessão LOTADA no evento VIVO OPEN AIR (curadoria Tatiana Leite).  Uma noite de muito bom cinema infantil,  em uma tela de 325 metros, acompanhando o longa francês ZARAFA, a criançada acompanhou o filme, torceu, gritou... foi muito bom!

Esperamos uma nova sessão em breve!



 

     Martha ( Larissa Henrique) e Xerém  ( João Pacífico)

     Atores:  Larissa  Henrique e Guilherme Soares